RAMAL DA ALFÂNDEGA
ZONA DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA
A área projeto trabalhada é derivada da zona de intervenção prioritária, delimitada na fase anterior do trabalho, através de pontos-chave da intervenção, como acessos ao parque, edifício e ruas em desuso, e possíveis áreas de permanência e lazer para a comunidade. Devido à longitudinalidade, a área do projeto foi trabalhada em dois trechos.
A ideia central desta intervenção é a humanização de um espaço atualmente em desuso e percebido como um lugar inseguro que não permite recreação. Funciona numa abordagem pedonal, proporcionando áreas de lazer que incentivam a formação de comunidade e criando um polo de interesse na zona de Campanhã, tanto para os habitantes locais como para visitantes esporádicos.
Na área projeto 1, o acesso ao parque é trabalhado através da renovação de edifícios em desuso criando programas sociais que incentivam o uso desta área, ou seja, a afluência, sendo estes uma biblioteca comunitária, um ponto de informação do parque e sua história, uma cafeteria, um centro comunitário e salas complementares a esta. No meio desta área de projeto, onde convergem as estradas secundárias, é criada uma área de recreação infantil com áreas verdes e espaços de permanência.
A área projeto 2 está sendo trabalhada devido ao seu potencial como áreas de interesse dentro do parque e para trabalhar os acessos sob a linha férrea que atualmente estão totalmente desumanizados. As hortas urbanas em terraços são projetadas para aproveitar a longitudinalidade da linha férrea e a topografia da área, além disso, o uso de terraços permite aproveitar ao máximo a luz solar disponível. Num dos acessos é criada uma área de lazer com espaço para a prática de skate, basquetebol ou desportos do género e uma zona livre para yoga, dança, etc. Enquanto o outro acesso cria um pequeno percurso pelas hortas sendo uma zona de maior tranquilidade e contemplação do Rio Douro.
Para todo o projeto, os pavimentos foram trabalhados com base nas pré-existências, utilizando materiais como concreto e pavimentos de paralelepípedo para as vias de pedestres e veículos, e adicionando materiais como pavimento de borracha para a área infantil. Em relação à seleção das espécies vegetais, as árvores nativas do país foram preferidas, variando entre árvores perenes e caducifólias: oliveira, pinheiro, castanheiro e freixo.
Em conjunto, o projeto incentiva a utilização do parque, humanizando-o e criando um ambiente agradável para a permanência e recreação, marcando este projeto como um novo ponto de confluência, nunca perdendo de vista o respeito pelo contexto natural envolvente e pela infraestrutura pré-existente, antes valorizando-o.